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  • Introdução

  • Discussão

  • Metodos

  • Resultados

  • Abstract

  • Conclusão

  • Referências

    • Neste estudo iremos analisar a experiência vivenciada por profissionais de saúde do SUS do município de Florianópolis recém iniciados em Reiki. Sendo oriunda do Japão no início do Século XX o Reiki utiliza como um dos seus principais instrumentos a imposição das mãos nas superfícies corporais como forma de equilíbrio energético para si ou nos outros(OLIVEIRA 2003). As mãos figuram como o principal instrumento do reikiano e, para Oliveira (2013), parece não existir um protocolo universal para o posicionamento delas pelo terapeuta/praticante.
      O toque é realizado suavemente ou a uma curta distância do corpo da pessoa/parte receptora, incluindo a possibilidade de ser realizado à distância, sem haver necessidade da presença física do receptor (pessoa, planta, animal). No método Reiki Tradicional Usuy os praticantes no são orientados a seguir um código de normas de conduta, de acordo com a tradição, passado de mestre para iniciado. Afirmam serem canais para a transmissão do que eles chamam de “Energia Vital Universal” para as zonas mais necessitadas do receptor contribuindo para que este alcance um estado de equilíbrio/harmonização energética com reflexos positivos nas esferas físicas, mentais e espirituais daquele que o recebe (PETTER, 2013).

    • Esta pratica esta incluída entre as várias práticas classificadas como PIC pelo Ministério da Saúde do Brasil sendo reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2013. A National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM), ligado ao National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos da América, como a classifica como uma medicina energética.
      Em levantamento realizado em 2004, o Reiki foi considerado a PIC mais utilizada no SUS (BRASIL, 2015), obtendo condição de destaque entre diversas práticas presentes na atenção primária à saúde. Recentemente, em 13 de janeiro de 2017, através da Portaria 145/2017, o Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União a inclusão do Reiki como uma prática integrativa na “Tabela de Procedimentos” oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na categoria de “ações de promoção e prevenção em saúde”.

    • A comunidade cientifica vem demonstrado interesse crescente pelo Reiki sendo que nos últimos anos pesquisas realizadas no Brasil e no mundo tem evidenciado os seus benefícios em relação ao cuidado e a saúde humana. Muitos desses estudos tem destacado-lhe no apoio na gestão do estresse e ansiedade, além de ser tratamento coadjuvante para enfermidades ocupacionais como a Síndrome de Bornaut (SB).

    • Com isso temos por hipótese temos que a pratica do Reiki prática contribui para o desenvolvimento de melhores abordagens sobre a saúde, bem-estar e autoconhecimento apresentando-se como uma importante ferramenta para o cuidado.

    • Nesse ponto surge o Reiki conectado a questão da espiritualidade e sua inter-relação com o campo da saúde sendo importante uma diferenciação desta com a religião sendo que são temas muito relacionados ao Reiki e que segundo Dal-Farra e Geremia (2010), apresentam limites conceituais que não são bem definidos, especialmente em relação à religiosidade podendo causar com isso desentendimentos, ainda mais num estado “laico” como é o caso do Brasil. Como o autor, entendemos uma definição de religião passou a ser entendida como prática institucionalizada de um sistema de crenças, rituais e símbolos, compartilhada por uma comunidade, enquanto a espiritualidade pode estar vinculada ou não a uma religião formalizada.

    • O Reiki no contexto da atenção a saúde pode servir como uma daquelas ferramentas existente e necessárias da caixa de opções sugerida por Merhy(2004)para que os profissionais de saúde possam lidar com as necessidades de natureza espiritual e religiosa dos usuários. Mas para isso necessitariam um conhecimento com abordagem prático-teórica do tema, e que isso, poderia trazer-lhes benefícios significativos para a relação profissional com os usuários. Por mais que este não verbalizem estas questões espirituais e necessidades de um maior “autoconhecimento” (conhecimento de si) durante suas interações com os profissionais da saúde, acreditamos que estes aspectos fazem parte da natureza humana e estarão sempre presente em maior ou menor grau.

    • Isso gradativamente tem possibilitado aos gestores públicos melhores condições para a participação nas discussões nacionais e internacionais sobre as PIC e sua inserção nos serviços e sistemas de saúde, viabilizando assim estas práticas aos usuários do SUS. Contudo constata-se que o Reiki ainda não está presente nas diretrizes pedagógicas de ensino e dos serviços de saúde no Brasil, o que, de certa forma, pode ser compreendido por esta técnica possivelmente não estar alinhada com as concepções da biomedicina hegemônica. Um dos agravantes para esse fato parece estar relacionado ao âmbito do ensino-serviço, pois a maioria das PIC ainda não está inserida nos currículos dos cursos profissionalizantes da área da saúde, ficando a oferta destas práticas geralmente restritas a unidades de saúde com profissionais praticantes que buscaram de maneira autônoma sua capacitação, o que foi observado, por exemplo, por Salles (2008) em relação à homeopatia.

    • Assim torna-se importante neste ponto ampliarmos nosso olhar para o termo “cuidado” e suas vertentes (cuidado do outro, cuidador, autocuidado, cuidado de si) pois este aparece como umas das expressões mais destacadas nos discursos, nas práticas e nas políticas existentes no campo da saúde. Observando isso, talvez seja possível colocá-lo como um conceito-sintoma, visto que, muitas vezes, seu caráter é reflexivo e mutável de acordo com os encontros dos sujeitos. Isso não é novidade
      no campo da saúde (e em diversas áreas), pois alguns conceitos são rapidamente
      restringidos a um modo de pensar (DA SILVA, 2014).

    • Abordaremos algumas formas e conceituações de cuidado dentro do contexto da saúde que irão nos orientar posteriormente na discussão deste artigo, extendendo a perspectiva ético-pragmática da caixa de ferramentas proposta por Merhy(xxx) às dimensões conceituais associada aos cuidados, seus vários tipos ou significados, formas de realização e agentes, contextualizando neles e no SUS as PIC e depois especificamente o Reiki, nosso tema de estudo.

    • Iniciamos com conceito de auto-atenção que no campo da saúde está vinculado principalmente às propostas do antropólogo argentino Eduardo Menendez (2003) para uma “epidemiologia sócio-cultural”, que busca recuperar “os significados e as práticas que os conjuntos sociais atribuem a seus padecimentos, problemas e sentimentos”. Nesse sentido, Garnelo e Langdon( 2005) abordam sobre a necessidade de reconhecer a existência de múltiplos sistemas terapêuticos e suas formas de organização nas redes sociais que os sustentam já que essa interação efetivamente existe(neste caso com o Reiki) e vem acontecendo, ao que tudo indica com franca expansão, independentemente da vontade e/ou aceitação do modelo médico/vigente. Isso pois de acordo com Menendez(2009) existe as intenções hegemônicas dos profissionais da saúde que buscam garantir o monopólio do exercício dos cuidados de saúde, mas não encontram correspondência nas práticas cotidianas dos pacientes que costumam lançar mão de pluralidades terapêuticas.

    • O Reiki também pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da consciência de autocuidado pois inicialmente para se aplicar Reiki em outras pessoas é necessário passar por um processo que os praticantes consideram ser de “purificação energética” de 21 dias. Isso induz ou ao menos facilita ao praticante de Reiki a desenvolver em alguma medida essa consciência, que pode se disseminar ao seu redor, criando, assim, de maneira sutil, uma consciência do autocuidado. As técnicas de imposição de mãos trabalham de alguma forma com a noção de autocuidado e auto-atenção, e o Reiki por implicar e necessitar um processo de 21 dias de auto-aplicação para poder ser aplicado em outras pessoas, estimula, assim, que o terapeuta se cuide antes de poder cuidar do outro (DA MOTTA; DE BARROS, 2014).

    • Sob o ponto de vista teórico, o cuidar através do Reiki apresenta também muitos pontos em comum com a teoria do “cuidado transpessoal de Jean Watson”, que está centrada no conceito de cuidado integral e em pressupostos fenomenológicos existenciais, que trazem o olhar para além do corpo físico. Esse é um cuidado aberto e atento à espiritualidade e a dimensões existenciais da vida e da morte, cuidando do terapeuta e do ser que está
      sendo cuidado. Além disso, não necessita qualquer tipo de equipamento ou aparato terapêutico especial, podendo ser combinado com outros tipos de práticas dentro ou
      fora de ambiente profissionais (OLIVEIRA, 2013).

    • Entendemos que o Reiki não se volta apenas para auxiliar nos males biopsicológicos dos indivíduo que o praticam, remetendo também para o “cuidado de si mesmo” de Foucault, que busca o conhecer a si para conhecer o outro.

    • Nesse sentido, valorizamos a autonomia dos sujeitos alicerçada pelo pensamento de Freire(1996) entendendo que PICS como o Reiki facilitam atuações emancipadoras e também contribuem para a realização de um cuidado humanizador induzido pela tematização da diversidade de suas técnicas e saberes, além de seus valores e concepções. No âmbito do SUS essas temáticas foram orientadas e hora apoiadas por politicas institucionais como a PNH – Politica Nacional de Humanização(2003), a PNPIC – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde(2006) e a PNEP/SUS – Política Nacional de Educação Popular em Saúde objetivando, para além de outros fins, a humanização do cuidado, o respeito a autonomia do usuário e a pluralidade terapêutica existente na sociedade.

    • A presença do Reiki em serviços de saúde, em nosso entendimento, facilitaria a socialização dessa prática e articularia a produção de serviços de saúde com a rede de praticantes de Reiki. No entanto, uma das grandes questões dificultadoras para a implementação no SUS das PIC como o Reiki é a carência de profissionais da rede de atenção a saúde capacitados para praticar e ensinar esta PIC além da falta de direcionamento de investimentos mínimos para sua implantação.

    • Além disso, constatamos na literatura científica uma carência de estudos investigando de que forma ou como a prática do Reiki por profissionais de saúde contribui para sua saúde e vida, no sentido de uma melhor gestão do cuidado de pessoal, de seu bem-estar e qualidade de vida, e nem como o Reiki influencia ou é aplicado no cuidado do outro (heterocuidado), incluindo-se aqui a prática profissional nos serviços em que atuam. Isto serviu como um dos principais fatores que nos motivaram e inspiraram na execução deste trabalho de pesquisa.

    • Perfil dos Participantes

    • Experiencia Prévia, Motivaçao e expectativas dos participantes

    • Autoatenção

    • Significados seminarios e formação

    • Efeitos atribuidos ao Reiki

    • Fundamentos e Significado da Pratica

    • Reiki, saude e espirituralidade

    • Autocuidado

    • Cuidado de Si

    • Reiki como cuidado emancipador e humanizador no SUS

    • Cuidado transpessoal

    • Dimensões do Cuidado

    • Acesso e implementação do Reiki no SUS

    • Metodologia

    • Coleta de dados

    • Organização dos dados, análise e apresentação dos resultados

    • Aspectos éticos

        • Limitações da Pesquisa

        • Conclusões

                                  • Não encontramos estudos semelhantes ao nosso, explorando a experiência de profissionais de saúde do SUS, para comparação. Por isso, a discussão centra-se nos próprios resultados.
                                    Houve elevada predominância de participantes do sexo feminino, o que é coerente com a tendência da feminização do mercado de trabalho da saúde, que de acordo com Matos, Toassi e Oliveira( 2013) apresenta mais de 70% da força de trabalho feminina. Segundo os autores, isso ocorre mesmo em profissões que historicamente eram desempenhadas pelos homens, como medicina e odontologia. A feminização nas profissões de saúde implica refletir sobre a saúde e a qualidade de vida dessas profissionais nos seus contextos de trabalho e de formação, e não raro de dupla jornada. Doutra parte, outra possibilidade explicativa seria haver mais preferência pelo tema do curso oferecido (Reiki) pelas mulheres, o que não é possível de avaliar com nosso dados.

                                  • Os profissionais de enfermagem, seguidos pelos farmacêuticos foram os que mais buscaram conhecer o Reiki através dos seminários de iniciação referidos neste estudo. Podemos sugerir que algumas profissões possuem uma maior identificação com praticas de cuidado como o Reiki, dando maior abertura e condições para a esta prática do que as outras. Isto, como demonstra DA SILVA (2014), deve-se provavelmente ao fato de que no caso da enfermagem esta possui uma identidade muito próxima com o cuidado, inclusive com semelhanças etimológicas em relação a este. Souza(2012) afirma que estes profissionais estão constantemente expostos a acometimentos do trabalho como Sindrome da Burnet (SB), desenvolvendo diversas condições de desiquilíbrio físico, psicológico, e não menos de caráter espiritual(SOUZA, 2012).

                                  • A experiência dos participantes com o Reiki antes da realização dos seminários, quando existiram, em geral foram muitas positivas, figurando como importante agente motivador para estes buscarem a capacitação. A motivação de ampliar o conhecimento sobre o tema pode ser uma maneira de superar a deficiência da oferta dessa temática (e das PIC) dentro da formação profissional (acadêmica), mesmo que em Florianópolis o histórico de existência de outras PIC na APS seja forte, sendo a cidade uma das referências a nível de Brasil (Costa, 2012).

                                  • Além disso a maioria dos participantes antes mesmo da iniciação já identificavam-se com as temáticas e práticas relacionadas ao vitalismo, ao holismo e outras PIC, buscando com isso instrumentos para superar os limites do atual modelo médico e de cuidado. As cosmologias e visões associadas as PIC, não raro orientais (inclui-se aqui o Reiki) almejam a integração de homem, natureza e sociedade, valorizando o aspecto espiritual da condição humana, estimulando o autoconhecimento e o cuidado para consigo mesmo e os outros (referência??)

                                  • De partida o Reiki aparece como uma forma de cuidado como prática de autoatenção de encontro ao pensamento de Menéndez(2009). O autor afirma que são estas as primeiras praticas que as pessoas utilizam em situações de padecimento boa parte delas através de pessoas leigas. Esta tese corrobora com a experiencia previa com Reiki de boa parte dos profissionais de saúde participantes deste estudo. Esta na maioria da vezes ocorreu fora do ambiente do SUS sendo através de familiares, conhecidos e em atividades de extensão universitária como as do Projeto Amanhecer HU/UFSC.

                                  • Os seminários de iniciação em Reiki proporcionaram aos participantes um método de aprendizado fácil e rápido atendendo em geral suas expectativas prévias. Houveram relatos de imediata melhora no sono, na saúde mental e em dores crônicas e na saúde física daqueles que tiveram contato com a pratica, inclusive logo após a iniciação não sendo atribuido alguma contra-indicação ou efeito adverso negativo a pratica do Reiki. Mesmo se existissem tais efeitos colaterais, e que seriam leves e de curta duração, podendo serem decorrentes daquilo que Carli(2011) apresenta como “processo de desintoxicação” decorrente da iniciação e prática

                                  • Em geral os efeitos atribuídos ao Reiki pelos profissionais recém iniciados através dos resultado apresentados foram considerados positivos e benéficos para estes. Por hipótese, e baseado nas evidencias cientificas encontradas e nos achados deste estudo entendemos que sua prática contribui para o desenvolvimento de melhores abordagens sobre a saúde física, mental, bem-estar e autoconhecimento. Isso tanto no cuidado dos outros(heterocuidado) quanto do cuidado/próprio - cuidado pessoal.

                                  • Os profissionais entenderam pós-iniciação o Reiki como prática que possibilita um equilíbrio “energético” mesmo que essa questão da existencia dessa dita “energia sutil” que ampara uma “anatomia e uma fisiologia energética/vibracional” não está bem estabelecida cientificamente. Segundo Oliveira(2003) esses achados cientificos poderiam sustentar uma teoria vitalista (presente em diversas PIC).

                                  • A falta disto ainda provoca muita insegurança e ceticismo por parte daqueles que anseiam em “entender” um possível “mecanismo de ação do Reiki”, desfocando dos “seus efeitos” e “benefícios”, já que para este último temos um expressivo número de estudos com resultados positivos. Independente da forma que isso acontece o Reiki os profissionais entenderam e se beneficiaram da pratica.

                                  • Para além de entender o funcionamento do Reiki os entrevistados reconheceram a importancia de seus aspectos filosoficos praticos envolvendo um conjunto de ferramentas, como por exemplo: a meditação, relaxamento, alimentação saúdavel, aromaterapia, musicoterapia e o toque e imposição de mãos. Sobre cada uma dessas ações já existem estudos sobre suas implicações para a saúde (Referencias aqui são especialmente necessárias) sendo o Reiki provavelmente potencializado pelos uso conjunto dessas ferramentas. A ciência/razão ainda tem limitações para entender o Reiki e comprovar sua eficacia em alguns casos.

                                  • O Reiki parece ser articular, e corroborados com nossos achados de pesquisa, tanto com a questão da espiritualidade quanto da religiosidade. Para Dal-Farra e Geremia (2010) a definição de religião passou a ser entendida como prática institucionalizada de um sistema de crenças, rituais e símbolos, compartilhada por uma comunidade, enquanto a espiritualidade pode estar vinculada ou não a uma religião formalizada. Segundo Toniol (2015, pag.15) a espiritualidade vem sendo considerado pela área da saúde e inclusive da biomedicina “uma dimensão inerente a todos os humanos”. Para além de uma disseminada crença cultural ou de aspectos psicológicos e existênciais envolvidos na produção de sentido para vida. Reiki se articula com o campo da religiosidade quando percebemos por exemplo que os reikianos do estudo procuraram seguir um código de normas de conduta, de acordo com a tradição cultural e filosófica(sentido de vida) que foi passada pelo mestre/instutror. Em alguns casos os participantes sentiram-se desconfortáveis por não terem cumpridos as orientações de conduta pós-iniciação.

                                  • Em geral os participantes demonstraram entender as diferenças conceituais entre entre “religião” e “espiritualidade” identificando certa ligação dos desses conceito com o Reiki. Esse achado e importante pois segundo Arvonio (2014) existem preocupações éticas e possíveis implicações legais associadas ao presente processo de oferta do Reiki que acredita estar associado a religiosidade/espiritualidade, podendo entrar em conflito com alguns sistemas de crença, ainda mais num estado laico como o Brasil. Por exemplo a instituições de saúde católicas, por exemplo, estariam restritas no oferecimento desta terapia, porque ela está em conflito com os ensinamentos da Igreja Católica. Cita que alguns hospitais estão oferecendo Reiki sem divulgar seus aspectos espirituais aos pacientes.

                                  • O Reiki pode interagir de maneira mais predominante através do autocuidado com uma forma de cuidado mais normativa e medicalizada. Para (GARNELO; LANGDON, 2005; MENENDEZ, 2003) de regra, o autocuidado, embora não explicitamente, costuma estar associado com um contexto individual de cuidar-se a partir da orientação profissional biomédica e ou de saberes científicos, sendo comum o uso do termo para um escopo de procedimentos alinhados com o saber clínico-epidemiológico das profissões da saúde, sendo, portanto, menos amplo do que a auto-atenção anteriormente abordada. Recentemente o Reiki começou a ser “prescrito” por muitos profissionais de saúde e também entrou na “lista de procedimentos do SUS” demonstrando uma certa adaptação ao modelo médico dominante e vigente.
                                    O caráter normativo do autocuidado esta presente também no método de ensino do Reiki. Após os seminários houve pouca prática de Reiki pelos entrevistados em terceiros. Alegarem não sentirem-se à vontade ou seguros para tal devido ao descumprimento de um grupo de normas e instruções prévias recomendadas entendidos como imutáveis da tradição e prática do Reiki. Por exemplo: o não cumprimento dos 21 dias seguidos de autoaplicação. Foucout (2004) acerca dessas questões que envolvem “norma e disciplina” no mundo contemporâneo (baseadas na moralidade cristã) discute e reflete sua obra “Vigiar e punir”, que estas não permitem a relação do indivíduo consigo mesmo e, apesar disso, o indivíduo acredita ter uma identidade própria, que é, no entanto, normatizada e regrada de diversas formas.

                                  • o Reiki em geral é visto pelos profissionais como uma pratica que proporciona ampliação do conceito de saúde podendo, por exemplo, auxiliar nos tratamentos convencionais e auxiliar na desmedicalização e redução do uso de medicamentos alopáticos.

                                  • Temos aqui um permanente ambivalência e tensão entre os sentidos e direções possíveis resultantes das práticas de cuidado do outro e de si mesmo, empurrando ora mais para a autonomia e o cuidado de si, ora mais para o autocuidado referenciado em normas e saberes profissionais e ou valores sociais hegemônicos, biopoliticamente determinado ou influenciado.

                                  • Assim necessitamos entender o Reiki numa dimensão mais filosófica e existencial do cuidador pois o mesmo é na experiencia do profissionais pós-iniciados citado como sendo algo que influência positivamente trazendo um melhor estilo/qualidade de vida e num sentido de ‘filosofia de vida prática’ que possibilita o autoconhecimento e gerando autonomia. Destarte, o trabalho em saúde cada vez mais exige dos profissionais a capacidade de lidar com as singularidades individuais dos sujeitos e suas formas de cuidado pessoal (auto-cuidado, cuidado de si, autoatenção). O cuidado de si exigirá um “encontro consigo”, com o que se pensa e também um encontro com o próximo através da escuta, que deve auxiliar para que isto ocorra.

                                  • Pelo fato do já destacado facil aprendizado e acessivel em termos de custo seria possível levar o Reiki de forma que os próprios usuarios fossem capacitados a se autobeneficiarem e a terceiros dando-lhes autonomia pois é uma ferramenta que estara sempre a dsposição daquele que o pratica.

                                  • Aqui articula-se com Cuidado Transpessoal o que para FAVERO et al., 2009 procura dar ao paciente/receptor uma atenção especial, individualizada e cuidadosa descrevendo a importância da humanização das relações, aproximação entre o cuidador e o ser cuidado, reconhecendo-os como seres únicos

                                  • Em nosso entendimento todas as formas de cuidado mencionadas: o “cuidar do outro”, “autocuidado”, “cuidado de si”, “auto-atenção”, “cuidado transpessoal” inserem-se dentro do contexto atual das práticas de saúde, profissionais (cuidado do outro) e pessoais ou autônomas, haja vista que contribuem para a recuperação ou ampliação da saúde, desde aquele cuidado do outro intensivo, quando necessário, até aquele que reforça a autonomia dos usuários, dando abertura às singularidades e as necessidades dos sujeitos, ampliando sua liberdade e facilitando que tornem-se parte essencial do processo de cuidar.

                                  • o Reiki foi usado como auto-atenção e cuidado transpessoal facilitando um cuidado de si conforme Foucault.

                                  • Mesmo com pouca tempo de pratica de Reiki a maioria dos profissionais recém iniciados sentem-se otimistas com a presença do Reiki no SUS. Aqui surge a importância de sensibilizar primeiro os profissionais capacitando-os e colocando-os em contato com o Reiki acompanhando o que ja vem sido na atenção pimária do município de Florianópolis. Depois faria-se a oferta aos usuários e isso poderia ser uma saída para melhorar as questões de vínculo entre profissional e usuário. Os usuários estão mais abertos e demandam pelas PIC e uma forma de inclusão deles seria através dos grupos (na APS e NASF), que são um via de inserção do Reiki.
                                    Muitos gostariam de em breve implementar a prática nas suas unidades de trabalho, apesar a maioria admitiu que ainda existam muitas barreiras como a questão da dificuldade/falta de tempo (principalmente) e a falta de espaço(físico) para praticar. Isso sem falar do do ceticismo (no caso do ambiente médico hospitalar) e o modelo biomédico que ainda são referidos como entraves sendo importante um reconhecimento institucional com financiamento adequado.

                                  • Isso nos da pista que os participantes da pesquisa mostraram um grande desconhecimento desses meio de acesso a informação de PIC incluindo a atualização da literatura cientifica o que não corrobora com a vasta literatura presente de PIC e Reiki. Muitas vezes o ceticismo existente no meio pode decorrer de preconceito e desinformação. Pesquisas científicas são necessárias para melhorar a sua aceitabilidade social e institucional principalmente de estudos de casos práticos de aplicação no SUS.

                                  • Além disso a maioria ainda destacou o bom custo-benefício do Reiki e que muito importante contar com o Reiki feito com voluntários/profissionais de fora do SUS valorizando as praticas de autoatençao.

                                  • Ressalta-se a importância de incluir PIC como o Reiki nas políticas pedagógicas das instituição de ensino de saúde e/ou ampliar as capacitações ampliando o acesso para essas pessoas que não tiveram contato ainda ou desconhecem.

                                          • No anseio de entender a subjetividade dos participantes desta pesquisa qualitativa, em alguns momentos pode acontecer que a análise do pesquisador/observador tenha sido infestada por seus mesmo que indiretamente por seus pré-conceitos refletindo diretamente no objeto estudado. O pesquisador neste estudo tinha longa experiencia e conhecimento com uma das temáticas principais do estudo (Reiki) e por mais que tenha ao aproximar-se dos objeto em estudo não deixar que o ponto de vista pessoal estivesse acima dos fenômenos explicados nas análises isso pode ter ocorrido. No entanto tais dados provavelmente não seriam observados por um pesquisador com maior distanciamento do objeto de pesquisa.

                                          • Também entendemos que a tarefa de extrapolar o que está além do texto é complexa e exige um pesquisador experiente, que domine as técnicas propostas na análise de conteúdo e nesse caso um pesquisador iniciante.

                                          • A busca de informações a respeito da experiencia vivenciada pelos profissionais recem iniciados em Reiki deu-se exclusivamente através do relato verbal e por meio de entrevistas semiestruturas e observação direta o que pode ser enviesado de várias maneiras. Aqui sugere-se que uma complementação com outras forma de captação e analise de dados como a observação participante, a realização de grupos focais, analise de discursos entre outros métodos que poderiam favorecer a aproximação do fenômeno complexo em estudo.

                                          • Também recomendamos o uso de métodos mistos (qualitativos/quantitativos) que poderiam auxiliar a mensurar variaveis de maior indefinição conceitual como, por exemplo: dor, qualidade de vida e parametros fisiológicos. Isso auxiliaria em relação as limitações, dificuldades operacionais e metodológicas, pois acreditamos que a presença dessas outras formas poderiam contribuir para retificar e superar vieses, sendo recomendadas para futuras pesquisas.

                                          • Apesar que o objetivo do estudo foi o de analisar a experiência vivenciada por profissionais de saúde do SUS do município de Florianópolis com a iniciação e a prática em Reiki Nível I acreditamos que uma tempo maior entre a iniciação e a datas das entrevistas, e mesmo um acompanhamento a longo prazo pudesse contribuir para esclarecer melhor os resultados. Par avaliar a pratica do Reiki no contexto e SUS seria importante que pudessem ser analisados praticantes mais experimentados afim que pudesse ser feito uma avaliação mais justa do potencial desta técnica ja que conforme demostrado no estudo existem diversos níveis de aprendizado e pratica do Reiki.

                                          • Outra possível limitação também diz respeito a populaçao alvo pois esta foi restrita a profissionais de saúde atuantes no municipio de Florianópolis. O fato desta cidade ja ter um cultura de pratica de PIC mais efetiva e com um histórico de maior aceitação torna o recorte demografico e populacional enviesado para comparar e servir de parametros para outros locais principalmente no momento de pensar nos processos de implantaçao e acesso do Reiki no SUS.

                                          • Seria importante a realização de estudos que acompanhassem indivíduos que pratiquem esse estilo de vida Reikiano de maneira constante a longo prazo.

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                                          • mais ainda existe entraves..

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As mãos figuram como o principal instrumento do reikiano e, para Oliveira (2013), parece não existir um protocolo universal para o posicionamento delas pelo terapeuta/praticante. \nO toque é realizado suavemente ou a uma curta distância do corpo da pessoa/parte receptora, incluindo a possibilidade de ser realizado à distância, sem haver necessidade da presença física do receptor (pessoa, planta, animal). No método Reiki Tradicional Usuy os praticantes no são orientados a seguir um código de normas de conduta, de acordo com a tradição, passado de mestre para iniciado. Afirmam serem canais para a transmissão do que eles chamam de “Energia Vital Universal” para as zonas mais necessitadas do receptor contribuindo para que este alcance um estado de equilíbrio/harmonização energética com reflexos positivos nas esferas físicas, mentais e espirituais daquele que o recebe (PETTER, 2013). "},{"_id":"7e35a17aba5c8af5e900015b","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698351,"position":1.75,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Esta pratica esta incluída entre as várias práticas classificadas como PIC pelo Ministério da Saúde do Brasil sendo reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2013. A National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM), ligado ao National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos da América, como a classifica como uma medicina energética.\nEm levantamento realizado em 2004, o Reiki foi considerado a PIC mais utilizada no SUS (BRASIL, 2015), obtendo condição de destaque entre diversas práticas presentes na atenção primária à saúde. Recentemente, em 13 de janeiro de 2017, através da Portaria 145/2017, o Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União a inclusão do Reiki como uma prática integrativa na “Tabela de Procedimentos” oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na categoria de “ações de promoção e prevenção em saúde”. "},{"_id":"7e35a0f4ba5c8af5e900015a","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698383,"position":2.0625,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"A comunidade cientifica vem demonstrado interesse crescente pelo Reiki sendo que nos últimos anos pesquisas realizadas no Brasil e no mundo tem evidenciado os seus benefícios em relação ao cuidado e a saúde humana. Muitos desses estudos tem destacado-lhe no apoio na gestão do estresse e ansiedade, além de ser tratamento coadjuvante para enfermidades ocupacionais como a Síndrome de Bornaut (SB). "},{"_id":"7e36b96eba5c8af5e9000176","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698428,"position":2.09375,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Com isso temos por hipótese temos que a pratica do Reiki prática contribui para o desenvolvimento de melhores abordagens sobre a saúde, bem-estar e autoconhecimento apresentando-se como uma importante ferramenta para o cuidado."},{"_id":"7e36e95aba5c8af5e900017d","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698480,"position":7.25,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Nesse ponto surge o Reiki conectado a questão da espiritualidade e sua inter-relação com o campo da saúde sendo importante uma diferenciação desta com a religião sendo que são temas muito relacionados ao Reiki e que segundo Dal-Farra e Geremia (2010), apresentam limites conceituais que não são bem definidos, especialmente em relação à religiosidade podendo causar com isso desentendimentos, ainda mais num estado “laico” como é o caso do Brasil. Como o autor, entendemos uma definição de religião passou a ser entendida como prática institucionalizada de um sistema de crenças, rituais e símbolos, compartilhada por uma comunidade, enquanto a espiritualidade pode estar vinculada ou não a uma religião formalizada. "},{"_id":"7e36e3b5ba5c8af5e900017c","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698466,"position":7.5,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"O Reiki no contexto da atenção a saúde pode servir como uma daquelas ferramentas existente e necessárias da caixa de opções sugerida por Merhy(2004)para que os profissionais de saúde possam lidar com as necessidades de natureza espiritual e religiosa dos usuários. Mas para isso necessitariam um conhecimento com abordagem prático-teórica do tema, e que isso, poderia trazer-lhes benefícios significativos para a relação profissional com os usuários. Por mais que este não verbalizem estas questões espirituais e necessidades de um maior “autoconhecimento” (conhecimento de si) durante suas interações com os profissionais da saúde, acreditamos que estes aspectos fazem parte da natureza humana e estarão sempre presente em maior ou menor grau."},{"_id":"7e35a461ba5c8af5e900015c","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10697651,"position":13,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Isso gradativamente tem possibilitado aos gestores públicos melhores condições para a participação nas discussões nacionais e internacionais sobre as PIC e sua inserção nos serviços e sistemas de saúde, viabilizando assim estas práticas aos usuários do SUS. Contudo constata-se que o Reiki ainda não está presente nas diretrizes pedagógicas de ensino e dos serviços de saúde no Brasil, o que, de certa forma, pode ser compreendido por esta técnica possivelmente não estar alinhada com as concepções da biomedicina hegemônica. Um dos agravantes para esse fato parece estar relacionado ao âmbito do ensino-serviço, pois a maioria das PIC ainda não está inserida nos currículos dos cursos profissionalizantes da área da saúde, ficando a oferta destas práticas geralmente restritas a unidades de saúde com profissionais praticantes que buscaram de maneira autônoma sua capacitação, o que foi observado, por exemplo, por Salles (2008) em relação à homeopatia."},{"_id":"7e35a5deba5c8af5e900015d","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698433,"position":14,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Assim torna-se importante neste ponto ampliarmos nosso olhar para o termo “cuidado” e suas vertentes (cuidado do outro, cuidador, autocuidado, cuidado de si) pois este aparece como umas das expressões mais destacadas nos discursos, nas práticas e nas políticas existentes no campo da saúde. Observando isso, talvez seja possível colocá-lo como um conceito-sintoma, visto que, muitas vezes, seu caráter é reflexivo e mutável de acordo com os encontros dos sujeitos. Isso não é novidade\nno campo da saúde (e em diversas áreas), pois alguns conceitos são rapidamente\nrestringidos a um modo de pensar (DA SILVA, 2014). "},{"_id":"7e35a677ba5c8af5e900015e","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698434,"position":15,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Abordaremos algumas formas e conceituações de cuidado dentro do contexto da saúde que irão nos orientar posteriormente na discussão deste artigo, extendendo a perspectiva ético-pragmática da caixa de ferramentas proposta por Merhy(xxx) às dimensões conceituais associada aos cuidados, seus vários tipos ou significados, formas de realização e agentes, contextualizando neles e no SUS as PIC e depois especificamente o Reiki, nosso tema de estudo. "},{"_id":"7e35a7c0ba5c8af5e900015f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10697656,"position":16,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Iniciamos com conceito de auto-atenção que no campo da saúde está vinculado principalmente às propostas do antropólogo argentino Eduardo Menendez (2003) para uma “epidemiologia sócio-cultural”, que busca recuperar “os significados e as práticas que os conjuntos sociais atribuem a seus padecimentos, problemas e sentimentos”. Nesse sentido, Garnelo e Langdon( 2005) abordam sobre a necessidade de reconhecer a existência de múltiplos sistemas terapêuticos e suas formas de organização nas redes sociais que os sustentam já que essa interação efetivamente existe(neste caso com o Reiki) e vem acontecendo, ao que tudo indica com franca expansão, independentemente da vontade e/ou aceitação do modelo médico/vigente. Isso pois de acordo com Menendez(2009) existe as intenções hegemônicas dos profissionais da saúde que buscam garantir o monopólio do exercício dos cuidados de saúde, mas não encontram correspondência nas práticas cotidianas dos pacientes que costumam lançar mão de pluralidades terapêuticas. "},{"_id":"7e35aa6dba5c8af5e9000160","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698271,"position":17,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"O Reiki também pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da consciência de autocuidado pois inicialmente para se aplicar Reiki em outras pessoas é necessário passar por um processo que os praticantes consideram ser de “purificação energética” de 21 dias. Isso induz ou ao menos facilita ao praticante de Reiki a desenvolver em alguma medida essa consciência, que pode se disseminar ao seu redor, criando, assim, de maneira sutil, uma consciência do autocuidado. As técnicas de imposição de mãos trabalham de alguma forma com a noção de autocuidado e auto-atenção, e o Reiki por implicar e necessitar um processo de 21 dias de auto-aplicação para poder ser aplicado em outras pessoas, estimula, assim, que o terapeuta se cuide antes de poder cuidar do outro (DA MOTTA; DE BARROS, 2014). \t"},{"_id":"7e35ad63ba5c8af5e9000161","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698438,"position":18,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Sob o ponto de vista teórico, o cuidar através do Reiki apresenta também muitos pontos em comum com a teoria do “cuidado transpessoal de Jean Watson”, que está centrada no conceito de cuidado integral e em pressupostos fenomenológicos existenciais, que trazem o olhar para além do corpo físico. Esse é um cuidado aberto e atento à espiritualidade e a dimensões existenciais da vida e da morte, cuidando do terapeuta e do ser que está\nsendo cuidado. Além disso, não necessita qualquer tipo de equipamento ou aparato terapêutico especial, podendo ser combinado com outros tipos de práticas dentro ou\nfora de ambiente profissionais (OLIVEIRA, 2013)."},{"_id":"7e35adffba5c8af5e9000162","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698479,"position":19,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Entendemos que o Reiki não se volta apenas para auxiliar nos males biopsicológicos dos indivíduo que o praticam, remetendo também para o “cuidado de si mesmo” de Foucault, que busca o conhecer a si para conhecer o outro. \n"},{"_id":"7e36e2d7ba5c8af5e900017b","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698463,"position":19.0625,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":""},{"_id":"7e36dd6dba5c8af5e900017a","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698457,"position":19.125,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":""},{"_id":"7e36d9b2ba5c8af5e9000179","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698451,"position":19.25,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":""},{"_id":"7e36d8d7ba5c8af5e9000178","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698450,"position":19.5,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":""},{"_id":"7e35ae99ba5c8af5e9000163","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10699372,"position":20,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Nesse sentido, valorizamos a autonomia dos sujeitos alicerçada pelo pensamento de Freire(1996) entendendo que PICS como o Reiki facilitam atuações emancipadoras e também contribuem para a realização de um cuidado humanizador induzido pela tematização da diversidade de suas técnicas e saberes, além de seus valores e concepções. No âmbito do SUS essas temáticas foram orientadas e hora apoiadas por politicas institucionais como a PNH – Politica Nacional de Humanização(2003), a PNPIC – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde(2006) e a PNEP/SUS – Política Nacional de Educação Popular em Saúde objetivando, para além de outros fins, a humanização do cuidado, o respeito a autonomia do usuário e a pluralidade terapêutica existente na sociedade. "},{"_id":"7e35af35ba5c8af5e9000164","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10697662,"position":21,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"A presença do Reiki em serviços de saúde, em nosso entendimento, facilitaria a socialização dessa prática e articularia a produção de serviços de saúde com a rede de praticantes de Reiki. No entanto, uma das grandes questões dificultadoras para a implementação no SUS das PIC como o Reiki é a carência de profissionais da rede de atenção a saúde capacitados para praticar e ensinar esta PIC além da falta de direcionamento de investimentos mínimos para sua implantação. "},{"_id":"7e35af5aba5c8af5e9000165","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10699379,"position":22,"parentId":"7e1dec35ebc6636e4a000197","content":"Além disso, constatamos na literatura científica uma carência de estudos investigando de que forma ou como a prática do Reiki por profissionais de saúde contribui para sua saúde e vida, no sentido de uma melhor gestão do cuidado de pessoal, de seu bem-estar e qualidade de vida, e nem como o Reiki influencia ou é aplicado no cuidado do outro (heterocuidado), incluindo-se aqui a prática profissional nos serviços em que atuam. Isto serviu como um dos principais fatores que nos motivaram e inspiraram na execução deste trabalho de pesquisa. "},{"_id":"7e36336cba5c8af5e900016d","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702899,"position":0.3359375,"parentId":null,"content":"# Discussão\n\n"},{"_id":"7e11226073e2635baf000047","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698294,"position":3,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Perfil dos Participantes"},{"_id":"7e4041df1040e4a3ea000186","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702898,"position":1,"parentId":"7e11226073e2635baf000047","content":""},{"_id":"7e1111d673e2635baf000044","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702900,"position":2,"parentId":"7e11226073e2635baf000047","content":"Não encontramos estudos semelhantes ao nosso, explorando a experiência de profissionais de saúde do SUS, para comparação. Por isso, a discussão centra-se nos próprios resultados.\nHouve elevada predominância de participantes do sexo feminino, o que é coerente com a tendência da feminização do mercado de trabalho da saúde, que de acordo com Matos, Toassi e Oliveira( 2013) apresenta mais de 70% da força de trabalho feminina. Segundo os autores, isso ocorre mesmo em profissões que historicamente eram desempenhadas pelos homens, como medicina e odontologia. A feminização nas profissões de saúde implica refletir sobre a saúde e a qualidade de vida dessas profissionais nos seus contextos de trabalho e de formação, e não raro de dupla jornada. Doutra parte, outra possibilidade explicativa seria haver mais preferência pelo tema do curso oferecido (Reiki) pelas mulheres, o que não é possível de avaliar com nosso dados."},{"_id":"7e111c4b73e2635baf000045","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702904,"position":3,"parentId":"7e11226073e2635baf000047","content":"Os profissionais de enfermagem, seguidos pelos farmacêuticos foram os que mais buscaram conhecer o Reiki através dos seminários de iniciação referidos neste estudo. Podemos sugerir que algumas profissões possuem uma maior identificação com praticas de cuidado como o Reiki, dando maior abertura e condições para a esta prática do que as outras. Isto, como demonstra DA SILVA (2014), deve-se provavelmente ao fato de que no caso da enfermagem esta possui uma identidade muito próxima com o cuidado, inclusive com semelhanças etimológicas em relação a este. Souza(2012) afirma que estes profissionais estão constantemente expostos a acometimentos do trabalho como Sindrome da Burnet (SB), desenvolvendo diversas condições de desiquilíbrio físico, psicológico, e não menos de caráter espiritual(SOUZA, 2012)."},{"_id":"7e112af273e2635baf000049","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702969,"position":3.25,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Experiencia Prévia, Motivaçao e expectativas dos participantes "},{"_id":"7e404b6a1040e4a3ea000188","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702965,"position":3,"parentId":"7e112af273e2635baf000049","content":"A experiência dos participantes com o Reiki antes da realização dos seminários, quando existiram, em geral foram muitas positivas, figurando como importante agente motivador para estes buscarem a capacitação. A motivação de ampliar o conhecimento sobre o tema pode ser uma maneira de superar a deficiência da oferta dessa temática (e das PIC) dentro da formação profissional (acadêmica), mesmo que em Florianópolis o histórico de existência de outras PIC na APS seja forte, sendo a cidade uma das referências a nível de Brasil (Costa, 2012). "},{"_id":"7e404d0d1040e4a3ea000189","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703220,"position":4,"parentId":"7e112af273e2635baf000049","content":"Além disso a maioria dos participantes antes mesmo da iniciação já identificavam-se com as temáticas e práticas relacionadas ao vitalismo, ao holismo e outras PIC, buscando com isso instrumentos para superar os limites do atual modelo médico e de cuidado. As cosmologias e visões associadas as PIC, não raro orientais (inclui-se aqui o Reiki) almejam a integração de homem, natureza e sociedade, valorizando o aspecto espiritual da condição humana, estimulando o autoconhecimento e o cuidado para consigo mesmo e os outros (referência??)"},{"_id":"7e1b8f96ebc6636e4a000062","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703225,"position":3.3125,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Autoatenção"},{"_id":"7e405b9e1040e4a3ea000195","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703553,"position":3,"parentId":"7e1b8f96ebc6636e4a000062","content":"De partida o Reiki aparece como uma forma de cuidado como prática de autoatenção de encontro ao pensamento de Menéndez(2009). O autor afirma que são estas as primeiras praticas que as pessoas utilizam em situações de padecimento boa parte delas através de pessoas leigas. Esta tese corrobora com a experiencia previa com Reiki de boa parte dos profissionais de saúde participantes deste estudo. Esta na maioria da vezes ocorreu fora do ambiente do SUS sendo através de familiares, conhecidos e em atividades de extensão universitária como as do Projeto Amanhecer HU/UFSC. "},{"_id":"7e1133f273e2635baf00004f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10699650,"position":3.375,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Significados seminarios e formação"},{"_id":"7e404ef71040e4a3ea00018a","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703478,"position":5,"parentId":"7e1133f273e2635baf00004f","content":"Os seminários de iniciação em Reiki proporcionaram aos participantes um método de aprendizado fácil e rápido atendendo em geral suas expectativas prévias. Houveram relatos de imediata melhora no sono, na saúde mental e em dores crônicas e na saúde física daqueles que tiveram contato com a pratica, inclusive logo após a iniciação não sendo atribuido alguma contra-indicação ou efeito adverso negativo a pratica do Reiki. Mesmo se existissem tais efeitos colaterais, e que seriam leves e de curta duração, podendo serem decorrentes daquilo que Carli(2011) apresenta como “processo de desintoxicação” decorrente da iniciação e prática"},{"_id":"7e1b97cfebc6636e4a000066","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703418,"position":3.390625,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Efeitos atribuidos ao Reiki"},{"_id":"7e415a531040e4a3ea0001a7","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703515,"position":0.25,"parentId":"7e1b97cfebc6636e4a000066","content":"Em geral os efeitos atribuídos ao Reiki pelos profissionais recém iniciados através dos resultado apresentados foram considerados positivos e benéficos para estes. Por hipótese, e baseado nas evidencias cientificas encontradas e nos achados deste estudo entendemos que sua prática contribui para o desenvolvimento de melhores abordagens sobre a saúde física, mental, bem-estar e autoconhecimento. Isso tanto no cuidado dos outros(heterocuidado) quanto do cuidado/próprio - cuidado pessoal."},{"_id":"7e11397573e2635baf000054","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703595,"position":3.4375,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Fundamentos e Significado da Pratica\n"},{"_id":"7e4051c81040e4a3ea00018c","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703624,"position":4,"parentId":"7e11397573e2635baf000054","content":"Os profissionais entenderam pós-iniciação o Reiki como prática que possibilita um equilíbrio “energético” mesmo que essa questão da existencia dessa dita “energia sutil” que ampara uma “anatomia e uma fisiologia energética/vibracional” não está bem estabelecida cientificamente. Segundo Oliveira(2003) esses achados cientificos poderiam sustentar uma teoria vitalista (presente em diversas PIC)."},{"_id":"7e4052451040e4a3ea00018d","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703617,"position":5,"parentId":"7e11397573e2635baf000054","content":""},{"_id":"7e4052cf1040e4a3ea00018e","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702976,"position":6,"parentId":"7e11397573e2635baf000054","content":"A falta disto ainda provoca muita insegurança e ceticismo por parte daqueles que anseiam em “entender” um possível “mecanismo de ação do Reiki”, desfocando dos “seus efeitos” e “benefícios”, já que para este último temos um expressivo número de estudos com resultados positivos. Independente da forma que isso acontece o Reiki os profissionais entenderam e se beneficiaram da pratica."},{"_id":"7e4053801040e4a3ea00018f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702977,"position":7,"parentId":"7e11397573e2635baf000054","content":"Para além de entender o funcionamento do Reiki os entrevistados reconheceram a importancia de seus aspectos filosoficos praticos envolvendo um conjunto de ferramentas, como por exemplo: a meditação, relaxamento, alimentação saúdavel, aromaterapia, musicoterapia e o toque e imposição de mãos. Sobre cada uma dessas ações já existem estudos sobre suas implicações para a saúde (Referencias aqui são especialmente necessárias) sendo o Reiki provavelmente potencializado pelos uso conjunto dessas ferramentas. A ciência/razão ainda tem limitações para entender o Reiki e comprovar sua eficacia em alguns casos. "},{"_id":"7e1b8c1bebc6636e4a00005e","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698305,"position":7,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Reiki, saude e espirituralidade"},{"_id":"7e4058761040e4a3ea000192","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703577,"position":10,"parentId":"7e1b8c1bebc6636e4a00005e","content":"O Reiki parece ser articular, e corroborados com nossos achados de pesquisa, tanto com a questão da espiritualidade quanto da religiosidade. Para Dal-Farra e Geremia (2010) a definição de religião passou a ser entendida como prática institucionalizada de um sistema de crenças, rituais e símbolos, compartilhada por uma comunidade, enquanto a espiritualidade pode estar vinculada ou não a uma religião formalizada. Segundo Toniol (2015, pag.15) a espiritualidade vem sendo considerado pela área da saúde e inclusive da biomedicina “uma dimensão inerente a todos os humanos”. Para além de uma disseminada crença cultural ou de aspectos psicológicos e existênciais envolvidos na produção de sentido para vida. Reiki se articula com o campo da religiosidade quando percebemos por exemplo que os reikianos do estudo procuraram seguir um código de normas de conduta, de acordo com a tradição cultural e filosófica(sentido de vida) que foi passada pelo mestre/instutror. Em alguns casos os participantes sentiram-se desconfortáveis por não terem cumpridos as orientações de conduta pós-iniciação."},{"_id":"7e4058fe1040e4a3ea000193","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702987,"position":11,"parentId":"7e1b8c1bebc6636e4a00005e","content":"Em geral os participantes demonstraram entender as diferenças conceituais entre entre “religião” e “espiritualidade” identificando certa ligação dos desses conceito com o Reiki. Esse achado e importante pois segundo Arvonio (2014) existem preocupações éticas e possíveis implicações legais associadas ao presente processo de oferta do Reiki que acredita estar associado a religiosidade/espiritualidade, podendo entrar em conflito com alguns sistemas de crença, ainda mais num estado laico como o Brasil. Por exemplo a instituições de saúde católicas, por exemplo, estariam restritas no oferecimento desta terapia, porque ela está em conflito com os ensinamentos da Igreja Católica. Cita que alguns hospitais estão oferecendo Reiki sem divulgar seus aspectos espirituais aos pacientes."},{"_id":"7e1b8e7aebc6636e4a000060","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703274,"position":7.25,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Autocuidado"},{"_id":"7e4050551040e4a3ea00018b","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703276,"position":0.5,"parentId":"7e1b8e7aebc6636e4a000060","content":""},{"_id":"7e4059cd1040e4a3ea000194","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703633,"position":6,"parentId":"7e1b8e7aebc6636e4a000060","content":"O Reiki pode interagir de maneira mais predominante através do autocuidado com uma forma de cuidado mais normativa e medicalizada. Para (GARNELO; LANGDON, 2005; MENENDEZ, 2003) de regra, o autocuidado, embora não explicitamente, costuma estar associado com um contexto individual de cuidar-se a partir da orientação profissional biomédica e ou de saberes científicos, sendo comum o uso do termo para um escopo de procedimentos alinhados com o saber clínico-epidemiológico das profissões da saúde, sendo, portanto, menos amplo do que a auto-atenção anteriormente abordada. Recentemente o Reiki começou a ser “prescrito” por muitos profissionais de saúde e também entrou na “lista de procedimentos do SUS” demonstrando uma certa adaptação ao modelo médico dominante e vigente. \nO caráter normativo do autocuidado esta presente também no método de ensino do Reiki. Após os seminários houve pouca prática de Reiki pelos entrevistados em terceiros. Alegarem não sentirem-se à vontade ou seguros para tal devido ao descumprimento de um grupo de normas e instruções prévias recomendadas entendidos como imutáveis da tradição e prática do Reiki. Por exemplo: o não cumprimento dos 21 dias seguidos de autoaplicação. Foucout (2004) acerca dessas questões que envolvem “norma e disciplina” no mundo contemporâneo (baseadas na moralidade cristã) discute e reflete sua obra “Vigiar e punir”, que estas não permitem a relação do indivíduo consigo mesmo e, apesar disso, o indivíduo acredita ter uma identidade própria, que é, no entanto, normatizada e regrada de diversas formas."},{"_id":"7e41ea421040e4a3ea00032c","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703634,"position":7,"parentId":"7e1b8e7aebc6636e4a000060","content":"o Reiki em geral é visto pelos profissionais como uma pratica que proporciona ampliação do conceito de saúde podendo, por exemplo, auxiliar nos tratamentos convencionais e auxiliar na desmedicalização e redução do uso de medicamentos alopáticos."},{"_id":"7e1b8f1aebc6636e4a000061","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10698311,"position":8.5,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Cuidado de Si"},{"_id":"7e4060ef1040e4a3ea000198","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702999,"position":4.5,"parentId":"7e1b8f1aebc6636e4a000061","content":""},{"_id":"7e405e9c1040e4a3ea000196","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702993,"position":5,"parentId":"7e1b8f1aebc6636e4a000061","content":"Temos aqui um permanente ambivalência e tensão entre os sentidos e direções possíveis resultantes das práticas de cuidado do outro e de si mesmo, empurrando ora mais para a autonomia e o cuidado de si, ora mais para o autocuidado referenciado em normas e saberes profissionais e ou valores sociais hegemônicos, biopoliticamente determinado ou influenciado."},{"_id":"7e40610c1040e4a3ea000199","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703000,"position":6,"parentId":"7e1b8f1aebc6636e4a000061","content":"Assim necessitamos entender o Reiki numa dimensão mais filosófica e existencial do cuidador pois o mesmo é na experiencia do profissionais pós-iniciados citado como sendo algo que influência positivamente trazendo um melhor estilo/qualidade de vida e num sentido de ‘filosofia de vida prática’ que possibilita o autoconhecimento e gerando autonomia. Destarte, o trabalho em saúde cada vez mais exige dos profissionais a capacidade de lidar com as singularidades individuais dos sujeitos e suas formas de cuidado pessoal (auto-cuidado, cuidado de si, autoatenção). O cuidado de si exigirá um “encontro consigo”, com o que se pensa e também um encontro com o próximo através da escuta, que deve auxiliar para que isto ocorra. "},{"_id":"7e37569eba5c8af5e900017f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703584,"position":9.625,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Reiki como cuidado emancipador e humanizador no SUS"},{"_id":"7e40659e1040e4a3ea00019c","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703005,"position":6,"parentId":"7e37569eba5c8af5e900017f","content":"Pelo fato do já destacado facil aprendizado e acessivel em termos de custo seria possível levar o Reiki de forma que os próprios usuarios fossem capacitados a se autobeneficiarem e a terceiros dando-lhes autonomia pois é uma ferramenta que estara sempre a dsposição daquele que o pratica. "},{"_id":"7e1b8e02ebc6636e4a00005f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703585,"position":10.1875,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Cuidado transpessoal"},{"_id":"7e405f5d1040e4a3ea000197","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10702997,"position":4,"parentId":"7e1b8e02ebc6636e4a00005f","content":"Aqui articula-se com Cuidado Transpessoal o que para FAVERO et al., 2009 procura dar ao paciente/receptor uma atenção especial, individualizada e cuidadosa descrevendo a importância da humanização das relações, aproximação entre o cuidador e o ser cuidado, reconhecendo-os como seres únicos"},{"_id":"7e4064161040e4a3ea00019a","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703582,"position":10.75,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Dimensões do Cuidado"},{"_id":"7e4064c21040e4a3ea00019b","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703231,"position":1,"parentId":"7e4064161040e4a3ea00019a","content":"Em nosso entendimento todas as formas de cuidado mencionadas: o “cuidar do outro”, “autocuidado”, “cuidado de si”, “auto-atenção”, “cuidado transpessoal” inserem-se dentro do contexto atual das práticas de saúde, profissionais (cuidado do outro) e pessoais ou autônomas, haja vista que contribuem para a recuperação ou ampliação da saúde, desde aquele cuidado do outro intensivo, quando necessário, até aquele que reforça a autonomia dos usuários, dando abertura às singularidades e as necessidades dos sujeitos, ampliando sua liberdade e facilitando que tornem-se parte essencial do processo de cuidar.\n "},{"_id":"7e4102431040e4a3ea0001a6","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703232,"position":2,"parentId":"7e4064161040e4a3ea00019a","content":" o Reiki foi usado como auto-atenção e cuidado transpessoal facilitando um cuidado de si conforme Foucault.\n"},{"_id":"7e375eeeba5c8af5e9000187","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10699712,"position":17,"parentId":"7e36336cba5c8af5e900016d","content":"# Acesso e implementação do Reiki no SUS"},{"_id":"7e4067c41040e4a3ea00019f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703758,"position":10,"parentId":"7e375eeeba5c8af5e9000187","content":"Mesmo com pouca tempo de pratica de Reiki a maioria dos profissionais recém iniciados sentem-se otimistas com a presença do Reiki no SUS. Aqui surge a importância de sensibilizar primeiro os profissionais capacitando-os e colocando-os em contato com o Reiki acompanhando o que ja vem sido na atenção pimária do município de Florianópolis. Depois faria-se a oferta aos usuários e isso poderia ser uma saída para melhorar as questões de vínculo entre profissional e usuário. Os usuários estão mais abertos e demandam pelas PIC e uma forma de inclusão deles seria através dos grupos (na APS e NASF), que são um via de inserção do Reiki. \nMuitos gostariam de em breve implementar a prática nas suas unidades de trabalho, apesar a maioria admitiu que ainda existam muitas barreiras como a questão da dificuldade/falta de tempo (principalmente) e a falta de espaço(físico) para praticar. Isso sem falar do do ceticismo (no caso do ambiente médico hospitalar) e o modelo biomédico que ainda são referidos como entraves sendo importante um reconhecimento institucional com financiamento adequado."},{"_id":"7e4202c61040e4a3ea00032e","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703672,"position":1,"parentId":"7e4067c41040e4a3ea00019f","content":"existe otimismo da viabilização.."},{"_id":"7e4067461040e4a3ea00019e","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703740,"position":10.0625,"parentId":"7e375eeeba5c8af5e9000187","content":"Isso nos da pista que os participantes da pesquisa mostraram um grande desconhecimento desses meio de acesso a informação de PIC incluindo a atualização da literatura cientifica o que não corrobora com a vasta literatura presente de PIC e Reiki. Muitas vezes o ceticismo existente no meio pode decorrer de preconceito e desinformação. Pesquisas científicas são necessárias para melhorar a sua aceitabilidade social e institucional principalmente de estudos de casos práticos de aplicação no SUS."},{"_id":"7e4204be1040e4a3ea00032f","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703678,"position":1,"parentId":"7e4067461040e4a3ea00019e","content":"mai ainda existe entraves para.."},{"_id":"7e421be81040e4a3ea000331","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703724,"position":10.125,"parentId":"7e375eeeba5c8af5e9000187","content":"Além disso a maioria ainda destacou o bom custo-benefício do Reiki e que muito importante contar com o Reiki feito com voluntários/profissionais de fora do SUS valorizando as praticas de autoatençao."},{"_id":"7e406ad11040e4a3ea0001a3","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703718,"position":10.25,"parentId":"7e375eeeba5c8af5e9000187","content":""},{"_id":"7e4208aa1040e4a3ea000330","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703689,"position":1,"parentId":"7e406ad11040e4a3ea0001a3","content":"mais ainda existe entraves.."},{"_id":"7e406a381040e4a3ea0001a2","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10703772,"position":13,"parentId":"7e375eeeba5c8af5e9000187","content":"Ressalta-se a importância de incluir PIC como o Reiki nas políticas pedagógicas das instituição de ensino de saúde e/ou ampliar as capacitações ampliando o acesso para essas pessoas que não tiveram contato ainda ou desconhecem."},{"_id":"5968157874184ea20d274c29","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688751,"position":0.375,"parentId":null,"content":"# Metodos \n"},{"_id":"5968157874184ea20d274c2a","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688979,"position":1,"parentId":"5968157874184ea20d274c29","content":"# Metodologia"},{"_id":"7e1c4f21ebc6636e4a000194","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688982,"position":1.5,"parentId":"5968157874184ea20d274c29","content":"# Coleta de dados"},{"_id":"7e1c4fadebc6636e4a000195","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688986,"position":1.75,"parentId":"5968157874184ea20d274c29","content":"# Organização dos dados, análise e apresentação dos resultados"},{"_id":"7e1c55cbebc6636e4a000196","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688992,"position":1.875,"parentId":"5968157874184ea20d274c29","content":"# Aspectos éticos"},{"_id":"5968157874184ea20d274c38","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688753,"position":0.75,"parentId":null,"content":"# Resultados\n\n"},{"_id":"5968157874184ea20d274c1b","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10699493,"position":0.8125,"parentId":null,"content":"# Abstract\n"},{"_id":"5968157874184ea20d274c41","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10688754,"position":0.875,"parentId":null,"content":"# Conclusão\n"},{"_id":"5968157874184ea20d274c42","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689630,"position":1,"parentId":"5968157874184ea20d274c41","content":"# Limitações da Pesquisa\n"},{"_id":"7e1f4683378975ea50000100","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689621,"position":1.5,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"No anseio de entender a subjetividade dos participantes desta pesquisa qualitativa, em alguns momentos pode acontecer que a análise do pesquisador/observador tenha sido infestada por seus mesmo que indiretamente por seus pré-conceitos refletindo diretamente no objeto estudado. O pesquisador neste estudo tinha longa experiencia e conhecimento com uma das temáticas principais do estudo (Reiki) e por mais que tenha ao aproximar-se dos objeto em estudo não deixar que o ponto de vista pessoal estivesse acima dos fenômenos explicados nas análises isso pode ter ocorrido. No entanto tais dados provavelmente não seriam observados por um pesquisador com maior distanciamento do objeto de pesquisa."},{"_id":"7e1f481a378975ea50000101","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689622,"position":1.75,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"Também entendemos que a tarefa de extrapolar o que está além do texto é complexa e exige um pesquisador experiente, que domine as técnicas propostas na análise de conteúdo e nesse caso um pesquisador iniciante."},{"_id":"7e1f495b378975ea50000102","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689623,"position":1.875,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"A busca de informações a respeito da experiencia vivenciada pelos profissionais recem iniciados em Reiki deu-se exclusivamente através do relato verbal e por meio de entrevistas semiestruturas e observação direta o que pode ser enviesado de várias maneiras. Aqui sugere-se que uma complementação com outras forma de captação e analise de dados como a observação participante, a realização de grupos focais, analise de discursos entre outros métodos que poderiam favorecer a aproximação do fenômeno complexo em estudo."},{"_id":"7e1f49f4378975ea50000103","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689624,"position":1.9375,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"Também recomendamos o uso de métodos mistos (qualitativos/quantitativos) que poderiam auxiliar a mensurar variaveis de maior indefinição conceitual como, por exemplo: dor, qualidade de vida e parametros fisiológicos. Isso auxiliaria em relação as limitações, dificuldades operacionais e metodológicas, pois acreditamos que a presença dessas outras formas poderiam contribuir para retificar e superar vieses, sendo recomendadas para futuras pesquisas. "},{"_id":"7e1f4ada378975ea50000104","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689625,"position":1.96875,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"Apesar que o objetivo do estudo foi o de analisar a experiência vivenciada por profissionais de saúde do SUS do município de Florianópolis com a iniciação e a prática em Reiki Nível I acreditamos que uma tempo maior entre a iniciação e a datas das entrevistas, e mesmo um acompanhamento a longo prazo pudesse contribuir para esclarecer melhor os resultados. Par avaliar a pratica do Reiki no contexto e SUS seria importante que pudessem ser analisados praticantes mais experimentados afim que pudesse ser feito uma avaliação mais justa do potencial desta técnica ja que conforme demostrado no estudo existem diversos níveis de aprendizado e pratica do Reiki. "},{"_id":"7e1f4b88378975ea50000105","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689626,"position":1.984375,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"Outra possível limitação também diz respeito a populaçao alvo pois esta foi restrita a profissionais de saúde atuantes no municipio de Florianópolis. O fato desta cidade ja ter um cultura de pratica de PIC mais efetiva e com um histórico de maior aceitação torna o recorte demografico e populacional enviesado para comparar e servir de parametros para outros locais principalmente no momento de pensar nos processos de implantaçao e acesso do Reiki no SUS."},{"_id":"7e113bc373e2635baf000056","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10699937,"position":1.9921875,"parentId":"5968157874184ea20d274c42","content":"Seria importante a realização de estudos que acompanhassem indivíduos que pratiquem esse estilo de vida Reikiano de maneira constante a longo prazo."},{"_id":"7e1f4468378975ea500000ff","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10689616,"position":2,"parentId":"5968157874184ea20d274c41","content":"# Conclusões"},{"_id":"7e3655c8ba5c8af5e9000173","treeId":"5968157874184ea20d274c19","seq":10697803,"position":0.9375,"parentId":null,"content":"# Referências"}],"tree":{"_id":"5968157874184ea20d274c19","name":"ARTIGO: O Reiki nas práticas de cuidado no SUS: a experiência de profissionais recém- iniciados.","publicUrl":"artigo-o-reiki-nas-pr-ticas-de-cuidado-no-sus-a-experi-ncia-de-profissionais-rec-m-iniciados","latex":false}}